Esta relação entre a TV, emissora de diversas informações, e o público receptor destas informações é mensurada em níveis de audiência. E é esta audiência que vai fazer a indústria, comércio e serviços tornar-se patrocinadores dos programas produzidos pela TV emissora.
Este nível de audiência agora passa a ter um poder de decisão e de manipulação tanto da emissora quanto dos receptores, uma vez que ambos dependem destes níveis, para de formas diferentes, manterem seus interesses sendo transmitidos.
Os interesses da emissora são claros em obter níveis altos de audiência em todos os programas e assim persuadir seus clientes, as empresas, a serem patrocinadores e anunciantes dos intervalos comerciais da programação, com a promessa de que muitos receptores estão assistindo o produto televisivo, sendo assim compradores em potencial dos produtos anunciados. Ora desta maneira a indústria, comércio e serviços vão vender mais e vendendo mais poderão também pagar melhor pelo tempo utilizado na TV para anúncio de seus produtos.
Já os receptores encontram nos equipamentos tecnológicos, dos quais recebem as informações preestabelecidas em função dos níveis de audiência, as suas lojas, seus parques de diversões, seus aconselhadores financeiros, medicinais e espirituais e até seus educadores. Além do mais a comodidade oferecida aos receptores torna-os passivos a todo tipo de informação emitida pelos meios de comunicação aos quais estes, rádio ouvintes e telespectadores, tornam-se reféns. Porém são reféns de si mesmo uma vez que o poder de manipular o nível de audiência está na posição de cada indivíduo receptor que decidirá (e pode decidir) a que programação vai assistir e em que horário.
Verifica-se então que tanto emissores quanto receptores são co-participantes natural de um modelo de comunicação em massa oferecido a toda sociedade atual, cada um defendendo seus próprios interesses.
Portanto hoje, mais do que ontem, receptores conhecedores do poder sobre a audiência, tornam-se tanto quanto emissores e inter-agentes da programação que outrora era de exclusividade dos meios de comunicação. Os novos meios tecnológicos têm facilitado esta interferência uma vez que tem posto nas mãos da massa equipamentos de baixo custo que possibilitam a inserção de textos, fotos, áudio e vídeo nos diversos meios com rapidez e confiabilidade. Com isto o próprio indivíduo deixou de ser um receptor passivo e tornou-se um emissor cúmplice da qualidade social dos produtos oferecidos à sociedade pelos meios de comunicação.
Altair Carneiro da Cunha
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